Beber café com moderação desidrata o organismo?
A ideia de que beber café desidrata o organismo já não é recente. Devido ao efeito diurético (estimulação da função renal) da cafeína, há quem acredite que tomar café pode levar à desidratação. Mas será que esta crença é verdade ou não passa de um mito?
Consumo moderado de café desidrata o organismo?
Em esclarecimentos ao Viral, a nutricionista Sofia Rocha adianta que, “em adultos saudáveis, o consumo moderado de café, por si só, não vai causar desidratação”.
De facto, aponta a nutricionista, “a cafeína tem um potencial efeito diurético, daí falar-se da questão associada à possibilidade de desidratação”.
Contudo, esclarece, “se as pessoas estão bem hidratadas” e se “o café é consumido de forma moderada”, não vai desidratar o organismo.
Para haver esse efeito, salienta, seria necessário consumir uma quantidade de café excessiva, que ultrapassa as recomendações de segurança.
Numa meta-análise que procurou avaliar “a diurese [vontade de urinar] induzida pela cafeína em adultos durante o repouso e o exercício” sugere-se que o efeito diurético mínimo exercido pela cafeína “foi anulado pelo exercício”.
Concluindo-se, assim, que “as preocupações relativas à perda indesejada de fluidos associada ao consumo de cafeína são injustificadas, particularmente quando a ingestão precede o exercício”, aponta-se no estudo.
Por isso, do ponto de vista de Sofia Rocha, “é uma questão de ter algum bom senso e tentar perceber se estamos a consumir café em doses moderadas, que não aumentem de forma significativa a diurese”.
Noutro plano, refere Sofia Rocha, existe até evidência que indica que beber café (dependendo de ser curto ou longo) pode ser “uma forma de aumentar o consumo de água diário”.
Nesse sentido, os dados de um estudo de 2014 mostraram que “o café, quando consumido com moderação por homens habituados à cafeína, proporciona qualidades hidratantes semelhantes às da água”.
Cuidados a ter na ingestão de café
Segundo Sofia Rocha, o consumo diário de “até 400 mg de cafeína” (equivalente a três ou quatro cafés) “é considerado moderado e seguro para a maioria dos adultos” (ver aqui, aqui e aqui).
No caso das grávidas e lactantes, a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA) refere, na secção de perguntas e respostas sobre cafeína do seu site, que “as doses de cafeína de todas as fontes até 200 mg por dia, consumidas ao longo do dia, não suscitam preocupações de segurança para o feto”.
Estas recomendações aplicam-se à população em geral, mas, frisa Sofia Rocha, existem pessoas que “podem não tolerar bem o café”, seja porque “têm algum problema de saúde (nomeadamente gástrico)” ou “alguma suscetibilidade individual”.
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